I
"Sabe, filhinha
Se a luz não ilumina
a luz suposta
Há uma ciranda das coisas
Uma particular alegria
Girando em roda
Sabe, filhinha
Há o raciocínio
Paramétrico
Que percorre a curva não tão bem comportada
Das razões que lhe serão próprias
E há o Espanto
Descontinuidade presumida
Pontuando o espaço
Pelos caminhos que para ti se fizerem
Mas, sabe, filhinha
Há uma tentação
Tecer seus caminhos no mundo
E para tê-los por seguros dizer
Que eles a si mesmos teceram.
II
Tenho guardado palavras doces
uma madureza de verbo
pelo tempo que a tenho aguardado.
III
As paredes riscadas no primeiro metro de altura
e você me contando seus medos com a pele."
mas, o que me faz o que sou, não entenderei.
IV
...E um grande e forte vento
fedia os montes e despedaçava as penhas
Porém não estava no vento
E depois do vento um terremoto
mas não estava no terremoto
E depois deste ainda um fogo
Mas tu não estavas no fogo
E depois do fogo um cicio
Suave tranquilo...
E os tetos altos para além do inalcançável
Pétalas de plantas
Pálpebras comprimindo os olhos
A forma da sombra das flores
Raízes antiqüíssimas de um polinômio infinito
E a forma agora intátil do teu ser
'Inda mais se me esquivando
A si voltava e voltando,
A Vontade apenas me deixou por ter
V
[Cansou-se o despertador e minha
aula começa às 7:00]
Um comentário:
Que fofo!
Ana Z
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