quarta-feira, 10 de junho de 2009

Das funções de uma variável complexa II

             I

"Sabe, filhinha
Se a luz não ilumina
a luz suposta

Há uma ciranda das coisas
Uma particular alegria
Girando em roda

Sabe, filhinha
Há o raciocínio
Paramétrico
Que percorre a curva não tão bem comportada
Das razões que lhe serão próprias

E há o Espanto
Descontinuidade presumida
Pontuando o espaço
Pelos caminhos que para ti se fizerem

Mas, sabe, filhinha
Há uma tentação
Tecer seus caminhos no mundo
E para tê-los por seguros dizer
Que eles a si mesmos teceram.

                II

Tenho guardado palavras doces
uma madureza de verbo
pelo tempo que a tenho aguardado.

                III

As paredes riscadas no primeiro metro de altura
e você me contando seus medos com a pele."
mas, o que me faz o que sou, não entenderei.

                IV

...E um grande e forte vento
fedia os montes e despedaçava as penhas

Porém não estava no vento

E depois do vento um terremoto
mas não estava no terremoto

E depois deste ainda um fogo
Mas tu não estavas no fogo

E depois do fogo um cicio
Suave tranquilo...

E os tetos altos para além do inalcançável
Pétalas de plantas
Pálpebras comprimindo os olhos
A forma da sombra das flores
Raízes antiqüíssimas de um polinômio infinito

E a forma agora intátil do teu ser
'Inda mais se me esquivando
A si voltava e voltando,
A Vontade apenas me deixou por ter


                  V

[Cansou-se o despertador e minha
aula começa às 7:00]