terça-feira, 29 de junho de 2010

Inventário Dos Quase Poemas Que Se Fizeram

I

Sempre me apego ao que está distante

Amo todas as pessoas
Quando só em meu quarto

E aqui em Montes Claros
Onde não há árvores

Até a sombra de meu teto, laje

Afinação das cordas na orquestra
É toda fim de tarde das aves

II

Ah, meu deus

sem paciência
para vídeo engraçado do youtube

sem vontade
de buscar o que tarde
se oferece implícito

sem medo
de esperar
o desconhecido

que espia pela fresta
do muito imaginar

mesmo se jamais
listado

[E ainda me pergunto por que todo mau pai
tatua o nome
da filha no braço]

III

Quando me sento num bar
Só me pede atenção
Os carros que passam

Olhar voltado
Na direção da mão

De tudo que vejo começo
Imagino a construção
De uma história linda

Otimista eu, não?

Mas voltando aos carros que vão
Pergunto que tem isso
A ver com minha vida

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