I
Sempre me apego ao que está distante
Amo todas as pessoas
Quando só em meu quarto
E aqui em Montes Claros
Onde não há árvores
Até a sombra de meu teto, laje
Afinação das cordas na orquestra
É toda fim de tarde das aves
II
Ah, meu deus
sem paciência
para vídeo engraçado do youtube
sem vontade
de buscar o que tarde
se oferece implícito
sem medo
de esperar
o desconhecido
que espia pela fresta
do muito imaginar
mesmo se jamais
listado
[E ainda me pergunto por que todo mau pai
tatua o nome
da filha no braço]
III
Quando me sento num bar
Só me pede atenção
Os carros que passam
Olhar voltado
Na direção da mão
De tudo que vejo começo
Imagino a construção
De uma história linda
Otimista eu, não?
Mas voltando aos carros que vão
Pergunto que tem isso
A ver com minha vida
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