sexta-feira, 16 de maio de 2008

Praça do Papa

---------------- ao amigo Tosi ------------------

Eu sempre subi montanhas
e senti no rosto o vento
pela força que entranha
a forma do pensamento

como flor de algo houvesse
a encobrir pelos meus dias
algo além que agora desse
a entender se então vivia

(agora desce
a tornar-se elegia.

Vede, amigo,
que nem há Verdade no mundo.

...E deveria haver mais "Sim" )

e talvez de fato exista
o que das coisas estáticas e móveis
emana quase tátil
e cintila distante,
espiral barrada
jazendo sobre morros,
falando aos mirantes:

"Aquilo que em mim
próximo se esconde
agora grita e atinge
o longe.
podes ouvir-me?"

tenciona dizer-me e vai
pela moldura das flores

pelo perfume de folhas
na superfície das rochas

no fio de nervo que implora
por cada nó que se afrouxa

na brisa levando em vórtices
suaves por sobre o chão rente
envolvendo como posse
as folhas dancicadentes

para girar e girar
mesmo solo abandoná-las
como que havendo no ar
um poder a transformá-las...

Então assim passa a vida...
leva de um a outro lado
e o real reduz-se ainda.
meramentimaginado?

(por que não elucida
que há beleza
se escondendo pelo mundo? ...)

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