terça-feira, 20 de maio de 2008

Prólogo

Há dias
em que queria
submergir
na poesia

e, observador externo a mim mesmo,
divertir-me
com o desespero de não percebê-la
mais fundamental
que o ar

Mas há desejos mais puros
desejos que não desejam
o Desejo primevo

queria uma poesia assim
anterior
pura límpida
cristalina
como pedra pome
dando ao pergaminho
textura suave fina
e absorvesse pelo caminho
das horas

mas agora não
não agora
agora não
não agora

E isso é tudo
e tudo mesmo
ao meu deus
e a minha filha

porque basta-me agora abraçar
algumas irrealidades do mundo

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