terça-feira, 7 de abril de 2009

Das funções de uma variável complexa

"Fio a cada dia e mais e tanto
Se a baixa da tarde a tudo inflama
E fico eu ou o que a mim encanto
Tecendo dores como quem ama

Circundando a restrita paragem
Pois a brisa se ameniza o rosto
Não permite prosseguir linguagem
Se na quilha eu mar, e mais, vou posto"


Eu que sempre tão preocupado:
"Passe apenas na faixa, Marina"
"Pode ficar com meu guarda-chuva"

E nesse rio lento mas pavoroso de luzes vermelhas e brancas
que não me deixa atravessar
Pessoas na calçada evitando um toque
(Não há repulsa)


Um cachorro atravessou a rua
Muitas mãos levadas a cabeça
Outras tantas aos olhos
(Passou ileso)

mas nem guarda chuva eu tenho

E não disse a Marina o que disse
Sequer digo a alguém que é paisagem
Do "já nem me importa ser feliz"
Na queda constritora da tarde

Nenhum comentário: