quarta-feira, 18 de maio de 2016

Forja

ah, soar de um sino,
do impacto inicial
ao contínuo rumorar,

por que envolves assim
com todo o peso do mar
há tanto tempo a mim
tu, palavra, e teu sinal?

encobrindo a luz que era chegada,
ora ameaças desabar
e fazer da alma já quebrada
um que já nem pode levantar!

Como fez-se escura toda alva
e secou-se o grão em cada espiga
desde que, o Não, essa palavra
fez a si rainha em minha vida!

Valei-me, Maria, Minha Senhora,
retoma Tu do Não o Teu lugar
e molda em minha alma o Não agora
em cruz que me foi dada carregar.


o Não constante, essa palavra,
é a minha cruz, tenho certeza,
cruz que pela própria natureza,
para tudo e para tanto mais,
é a Cruz de Cristo analogada;
e nada à dEle comparada.

e se põe a ordem: Carregá-la!
sim, de fato, não convém deixá-la.

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